27º Congresso | Mesa de Combate às Opressões

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Há anos o Sindsef-SP traz o debate sobre combate às opressões para o congresso da entidade. O objetivo é avançar a consciência de classe e desconstruir as ideologias difundidas pelo capitalismo, para dividir os trabalhadores e aprofundar a exploração. 

Para desenvolver esse complexo tema, foram convidados o historiador e professor Wilson Honório Silva, do Quilombo Raça e Classe e a advogada Janaína Reis, pelo Movimento Mulheres em Luta.

Os setores oprimidos são muitos, tais como mulheres, negras e negros, indígenas, LGBTs, refugiados, migrantes, portadores de necessidades especiais, ou seja, todos aqueles que, além de explorados pelo sistema capitalistas, também são vítimas de alguma forma de discriminação. 

“Olhe para as filas de emprego, para aquelas pessoas que estão revirando o lixo ou para as vítimas dos desabamentos no litoral norte de São Paulo. Certamente você vai identificar a cor, a raça/etnia, o gênero e, muitas vezes, a orientação sexual de quem está passando as piores dificuldades nesse país, afirmou Wilson Honório 

O capitalismo aposta nessa fragmentação para transformar as diferenças que são humanas em desigualdades cada vez mais acentuadas em termos socioeconômicos e com isso há cada vez menos opções de propostas voltadas para atender os interesses da classe trabalhadora.

Não é coincidência que são esses mesmos grupos os mais atingidos com o desmonte dos serviços públicos. Trata-se apenas da lógica capitalista deixando de lado aqueles que são considerados como inferiores, descartáveis e substituíveis.

Para reverter essa ideologia dominante é necessário insistir nessa pauta, ano após ano, para acumular força e conseguir organizar a classe trabalhadora para transformar a sociedade.

8 de março – Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora

Janaina trouxe para o debate a importância do dia da mulher, celebrado em 8 de março, para a luta pelo direito a vida.  Se em 08 de março de 1917 as mulheres russas deram início à manifestações enormes contra a guerra e contra a fome, em 2023, é a vez das mulheres ucranianas cumprirem esse papel de resistência, indo à guerra para defender suas vidas, suas famílias e o direito à soberania do seu país. 

A advogada chamou atenção para a perversidade do sistema capitalista que tira os direitos mais básicos das mulheres, e da classe trabalhadora em geral, mundo a fora e não apenas no Brasil.  Acontece que nos países onde a extrema direita ganhou as eleições a violência contra as minorias cresceu e no Brasil não foi diferente. 

Nos quatro anos do governo Bolsonaro o feminicídio cresceu, a violência doméstica idem, a violência contra os LGBTs também. Houve crescimento do desemprego, da miséria e da fome. Mais de 55 milhões de pessoas estão desempregadas, desse número 55% são mulheres e dessas, 47% vivem em insegurança alimentar.

Houve presidente ignorando pedido de socorro para os Yanomâmi; fazendo discurso de ódio contra minorias; houve ministra dizendo que as meninas em Eldorado dos Carajás eram estupradas porque não usavam calcinhas, houve aumento da culpabilização da vítima, houve aumento das passadas de pano para estuprador…

Para as mulheres negras todas essas agruras são mais intensas, pois ainda vem acompanhadas do racismo. 

Não depositaremos nas mãos de Lula o combate as opressões, embora seu governo, certamente, seja menos pior que a extrema direita, que naturaliza todas as violências. Mas não podemos esquecer que todas as conquistas das mulheres vieram das lutas nas ruas. 

Viva a luta internacional das mulheres trabalhadoras!

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