A data também marca o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho
O dia 28 de abril é uma data que busca dar visibilidade ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e a o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.
Uma breve análise dos números de acidentes de trabalho e adoecimentos laborais apontam a gravidade da situação.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2023, foram registrados 648.366 acidentes de trabalho no Brasil — um aumento de 11,4% em relação ao ano anterior. Entre esses casos, 2.888 resultaram em mortes. Tragédias que poderiam ser evitadas com políticas sérias de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores e trabalhadoras.
O Brasil ocupa hoje o 4º lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho e o 3º lugar em mortes, conforme levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esses dados refletem o aprofundamento da lógica de exploração capitalista, que precariza as condições de trabalho e negligencia a vida em nome do lucro.
Mas o adoecimento não se dá apenas no corpo — ele também atinge a mente. A crise de saúde mental atinge níveis alarmantes. Em 2024, o país registrou 472.328 licenças médicas concedidas pelo INSS por transtornos mentais — o maior número em pelo menos uma década. A ansiedade e a depressão lideram as causas de afastamentos.
Uma face cruel dessa realidade é o assédio moral. A pressão, a humilhação e a cobrança excessiva fomentam o estresse ocupacional, levando ao adoecimento físico e mental. Casos de suicídio também têm sido registrados, especialmente no serviço público, onde o assédio moral muitas vezes é institucionalizado e invisibilizado.
No Brasil, a situação é ainda mais grave. Um estudo conduzido pela médica e pesquisadora Margarida Barreto, da PUC-SP, revelou que 36% da população economicamente ativa sofre assédio moral no local de trabalho, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Segundo a pesquisadora, o fortalecimento de políticas neoliberais e a crescente inserção de empresas brasileiras no mercado internacional repercutiram de maneira perversa nas relações de trabalho, intensificando práticas abusivas e ampliando o sofrimento dos trabalhadores.
A combinação de alta exigência psicológica, baixo controle sobre o trabalho e acúmulo de demandas gera fadiga, exaustão emocional e vulnerabilidade a doenças físicas e mentais.
Preocupados com a situação, a diretoria do Sindsef-SP atualizou a campanha de combate ao assédio moral, criando novos materiais para dar visibilidade ao tema e incentivar as vítimas a reagirem e os/as colegas criarem uma rede de proteção e solidariedade.
A campanha conta com vídeo, cartazes e cartilha com orientações jurídicas e práticas sobre como identificar e reagir a situações de abuso, entre outros materiais.
Caso esteja sofrendo assédio ou tenha presenciado alguma situação, encaminhe seu relato ao Sindsef-SP de forma segura através do e-mail (assediomoral_denuncie@sindsef-sp.org.br).
Neste 28 de abril, reafirmamos nossa luta:
- • Pela revogação das Reformas Trabalhista e da Previdência;
- • Pela revogação da Lei da Terceirização Irrestrita;
- • Pela revogação das alterações das Normas Regulamentadoras feitas no governo Bolsonaro;
- • Pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial;
- • Pelo combate permanente ao assédio moral e sexual nos locais de trabalho.
- • Chega de adoecimento, exploração e morte!
- • Em defesa da vida, dos direitos e da dignidade no trabalho!
- • Basta de Assédio Moral e Sexual!