28 de janeiro é Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data tem como objetivo sensibilizar a sociedade a importância da luta e do trabalho de enfrentamento à escravização no Brasil, bem como contra a exploração e o racismo.
A escravização não foi erradicada no Brasil com a Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Ainda hoje, milhares de trabalhadores e trabalhadoras vivem em condições análogas à escravização, especialmente em atividades como cultivo de cana-de-açúcar, café e soja, extração de madeira e pedras, pecuária, construção civil, restaurantes e confecção de roupas.
A exploração segue um padrão cruel: empregadores oferecem moradia e alimentação em troca de trabalho, mas impõem condições degradantes e cobram valores abusivos, prendendo os trabalhadores em um ciclo de servidão por dívida. Entre 2020 e 2024, mais de 10 mil pessoas foram resgatadas dessas condições no Brasil.
A data de hoje faz memória aos três auditores fiscais do Trabalho e ao motorista assassinados em 2004, na Chacina de Unaí, enquanto apuravam denúncias de trabalho escravizado. O crime, cujos mandantes foram condenados anos depois, evidencia os riscos enfrentados por quem combate essa prática.
Para o Sindsef-SP, a erradicação do trabalho escravizado depende da valorização dos serviços e servidores públicos, essenciais para a fiscalização e resgate de trabalhadores. A luta contra a escravização moderna é também uma luta contra o racismo e todas as formas de exploração.
Denúncias podem ser feitas anonimamente pelo Sistema Ipê, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal, sindicatos e organizações como a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Os dados sobre o combate ao “trabalho escravo” estão disponíveis no Radar do Trabalho Escravo da SIT.