29 de janeiro: Basta de invisibilidade, transfobia e travestifobia

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Nesta quarta-feira (29), celebra-se o Dia Nacional da Visibilidade Trans, criado em 2004. A data reforça a necessidade de fortalecer a luta contra a violência transfóbica e pela garantia de direitos para a população trans e travesti no Brasil.

O Brasil e a violência contra pessoas trans e tra

O Brasil lidera um triste ranking há 16 anos consecutivos: é o país que mais mata pessoas trans no mundo. Em 2024, foram registrados 122 assassinatos, ou seja, uma morte a cada 72 horas.

Os dados são da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que divulgou seu mais recente dossiê sobre a violência na segunda-feira (27). O relatório destaca informações alarmantes:

  • 95,9% das vítimas eram travestis e mulheres trans;
  • Apenas cinco das vítimas eram homens trans ou pessoas transmasculinas;
  • Travestis e mulheres trans têm três vezes mais chances de serem assassinadas do que homens trans e pessoas não binárias.

Os crimes ocorrem, em sua maioria, em locais públicos e durante a noite, com uso excessivo de violência e requintes de crueldade. A maior parte das vítimas tem entre 13 e 29 anos, sendo majoritariamente negras, empobrecidas e que reivindicam ou expressam publicamente o gênero feminino. Nessa faixa etária, o risco de assassinato é cinco vezes maior do que em outras idades.

Exclusão social e falta de oportunidades

A violência transfóbica não se limita aos assassinatos. A transfobia estrutural afeta diversas esferas da vida das pessoas trans:

  • A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de apenas 35 anos;
  • Muitas pessoas trans são forçadas a fugir de casa e abandonar os estudos devido à transfobia familiar e social;
  • 70% da população trans não conclui o Ensino Médio, e apenas 0,02% chega ao Ensino Superior;
  • No mercado de trabalho, pessoas trans enfrentam dificuldades para serem empregadas e, quando conseguem, são submetidas a baixos salários, assédio e condições de trabalho desumanas;
  • Apenas 4% das travestis e transexuais estão no mercado formal de trabalho;
  • A maioria das travestis e transexuais é empurrada para a prostituição devido à falta de opções.

A transfobia estrutural, institucional e social impede avanços reais na empregabilidade, renda e direitos, especialmente diante da falta de políticas públicas efetivas e dos retrocessos em direitos e cidadania.

Organizar a luta por direitos

A luta contra a violência e a exclusão da população trans exige mobilização. É essencial que pessoas trans e tra, todo o segmento LGBTQIAPN+ e toda a classe trabalhadora pressionem o governo Lula pela implementação de políticas públicas de combate à transfobia.

O Sindsef-SP e a CSP-Conlutas apontam para a importância do Dia Nacional da Visibilidade Trans na luta contra a violência e a discriminação. Defendemos a construção de uma sociedade livre de opressão e exploração, uma sociedade socialista.

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