Hoje, 31 de março, completam-se 61 anos do golpe que marcou o início da ditadura militar no Brasil. O regime ditatorial, que durou 21 anos, foi marcado pelo autoritarismo, cassação de direitos políticos, perseguições, prisões arbitrárias, torturas, estupros, assassinatos, desaparecimentos forçados, censura, corrupção velada, falta de fiscalização e transparência.
Durante esse período, houve intervenção em sindicatos, fechamento de entidades estudantis e censura à produção cultural e jornalística. Oficialmente, foram registradas 432 pessoas assassinadas ou desaparecidas. Até hoje, suas famílias buscam justiça e reparação. Além disso, 8.350 indígenas e 1.654 camponeses foram mortos.
A falta de punição exemplar aos militares torturadores e assassinos contribuiu para que uma parcela da população desconheça a gravidade desse período sombrio da história brasileira. A extrema-direita, aliada aos torturadores e assassinos da ditadura, se aproveita desse desconhecimento.
Em 8 de janeiro de 2023, inspirada por Jair Bolsonaro e com ampla participação de militares, a extrema-direita tentou aplicar um novo golpe de Estado, que poderia ter repetido a tragédia do passado. Através de uma verdadeira milícia digital, com a disseminação massiva de fake news e desinformação, uma multidão atacou o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
Agora, os envolvidos pedem anistia e tentam comparar sua situação com a Lei da Anistia de 1979, cujo objetivo principal foi conceder perdão aos perseguidos políticos durante o regime autoritário. No entanto, a luta pelo perdão foi para aqueles que lutavam pela democracia e contra a repressão. Não cabe perdão aos golpistas!
Apesar de ter permitido o retorno dos exilados e a libertação dos presos políticos, a Lei da Anistia de 1979 também favoreceu a impunidade dos torturadores e assassinos militares. Não podemos aceitar que isso se repita.
Por isso o Sindsef-SP traz a memória: