Em 1988, pela primeira vez após 20 anos de ditadura militar, os Servidores Federais de todo o país se uniram em uma greve geral da categoria. No mesmo ano entrou em vigor a nova Constituição, que dava aos Servidores Públicos Federais o direito de se organizarem em sindicatos
Em 1989 houve uma nova greve dos servidores federais, reivindicando reposição salarial, o direito irrestrito de greve e de organização sindical. Com essas lutas, percebe-se a necessidade de construir sindicatos que organizassem as lutas da categoria nos estados e nacionalmente.
Nessa época, o alcance das Associações era insuficiente para as demandas que estavam em disputa: salário digno, benefícios sociais e outros direitos. As lideranças da época relatam perseguição e ameaças. Mas havia muita disposição de luta e aqueles lutadores não se renderam.
“Queríamos ter vez e ter voz!”
Na busca por uma representatividade mais combativa, um grupo de servidores passou a se reunir, visando tratar das demandas da categoria. Essas reuniões amadurecem a proposta de criar um sindicato geral, que representasse os trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado de São Paulo.
Em 11 de maio de 1991, ocorre então a assembleia de fundação do Sindsef-SP. O primeiro Congresso da entidade ocorreria em abril de 1992. Ali, já era possível perceber a disposição dos servidores em construir a entidade, pois desde a fundação, em menos de um ano, o Sindsef-SP já contava com 1.100 filiados, em 17 órgãos públicos. O sindicato recém-fundado teve sua primeira sede no SIMTRAB, o sindicato dos Servidores da DRT/SP
Desde sua fundação, o Sindsef-SP é reconhecido como uma entidade de luta. O caráter classista e autônomo, é apontado como um importante elemento de resistência, mantendo o rumo da entidade em defesa dos interesses dos trabalhadores nos serviços públicos, independente do governo de plantão.
Já no manifesto de fundação, o Sindsef-SP assumiu um importante papel ao lado dos movimentos populares no processo de impeachment do presidente Collor.
Em maio de 1992, o sindicato dirigiu sua primeira greve e começou a se tornar referência para servidores de diversos órgãos.
Em 1993, uma nova greve dos servidores federais obteve conquistas como o reajuste da GAE (Gratificação de Atividade Executiva) e uma política salarial que recuperou o poder aquisitivo da categoria naquele momento. Essa greve serviu para mostrar a importância da ferramenta de luta que estava sendo construída.
Nesse mesmo ano, os servidores do Ipen, após amplo debate, decidiram pela filiação ao Sindsef-SP, o que representou um fortalecimento significativo da entidade. Junto com os servidores do Ministério do Trabalho (MTE), da Legião Brasileira de Assistência (LBA), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), do Museu Lasar Segall, do Ministério da Educação (MEC), Ministério Público do Trabalho (MPT), compuseram a base do sindicato, que, atualmente, representa cerca de 50 órgãos do Executivo Federal.
Nas campanhas salariais, nas greves nacionais da categoria ou por setor, nas lutas gerais da classe trabalhadora, em períodos de grandes ataques, de privatizações e retirada de direitos, o Sindsef-SP se fez presente, às vezes com poucos recursos, mas sempre com muita garra e criatividade.
Em 1995, o sindicato produziu a peça Gibi: A Olimpíada do Servidor, que destacava a batalha contra a falta de verbas, a burocracia, o desemprego e o desmonte dos serviços públicos.
Em 26 de agosto de 1999, o sindicato participou da Marcha dos 100 mil em Brasília, defendendo o Fora FHC e o FMI.
Quando Lula assumiu o governo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que já vinha num curso vacilante, abandonou de vez os reais interesses dos trabalhadores e se transformou numa central defensora das políticas do governo no movimento sindical, mesmo que elas significassem retiradas de direitos ou perdas para os trabalhadores.
Foi assim na Reforma da Previdência. Os Servidores sabem bem o prejuízo que isso significou para o direito de aposentadoria da categoria. Frente a estes fatos ficou claro que se fazia necessário a construção de uma nova ferramenta de luta em alternativa à CUT.
Mais uma vez o Sindsef-SP se colocou na vanguarda do movimento. Em 2004 participou do Encontro de Luziânia, em Brasília, que reuniu centenas de entidades para debater a construção de uma alternativa de luta para os trabalhadores.
Mantendo sua tradição de obstinado defensor dos interesses dos trabalhadores, em especial os Servidores Públicos Federais, o Sindsef-SP, numa decisão histórica em seu 13º Congresso em outubro de 2004, aprovou a desfiliação da CUT e a construção da Conlutas.
No mesmo congresso, os servidores também aprovaram uma resolução de oposição de esquerda ao governo Lula, pois entenderam que a única maneira de defender as reivindicações da categoria, era enfrentando aquele governo.
Em maio de 2006 o Congresso Nacional dos Trabalhadores, funda oficialmente a Conlutas, que depois deu origem à CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) como entidade alternativa às centrais governistas. No mês seguinte o Sindsef-SP aprova sua filiação à então Conlutas. O Sindsef-SP se orgulha em ter ajudado a construir essa importante ferramenta de lutaEm 2010, o SINDSEF-SP participa do esforço de unificar as organizações que se colocavam no campo de oposição de esquerda ao governo Lula, mas que ainda se encontravam dispersas em várias entidades. O chamado à organização do Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT) era assinado pela Conlutas, Intersindical, MTST, Pastoral Operária, MAS, Movimento Terra Livre, dentre outras, e convocava o congresso que fundaria uma nova Central.
A despeito de uma parte das organizações que chamavam a unidade ter se retirado do congresso, este terminou com a fundação da CSP-Conlutas. Foi mais um marco na construção de uma nova ferramenta de luta para os trabalhadores em nosso país e mais uma vez o SINDSEF-SP foi parte dessa história.
Outro momento memorável foi nossa participação no histórico Ocupe Brasília, em 25 de maio de 2017, que reuniu caravanas dos quatro cantos do país, contra as reformas da previdência e trabalhista. Apesar da tentativa de Temer transformar a Esplanada em uma praça de guerra, para reprimir as justas reivindicações do povo, não recuamos. O Sindsef-SP estava na linha de frente, junto com os demais companheiros da CSP-Conlutas.
Ao longo dos anos foram inúmeras atividades culturais combinadas com as lutas. Citamos momentos marcantes, como a Marcha dos 100 mil em Brasília, defendendo o Fora FHC e o FMI. Mas, quem não se lembra também da performance com pizzas, nos gramados do Congresso? Ou da performance dos dólares na cueca, na Av. Paulista, quando estourou o Mensalão?
São inesquecíveis os bonecos caricatos: Dil-má (Dilma); Ser Rei (Sarney), Bel Pior (Miriam Belchior), DuVaidoer (Duvanier), #Fora Feliciano e até o Cala a Boca Bolsonaro.
Também não faltava barulho! Sempre tínhamos a bandinha contratada ou os servidores com os instrumentos musicais e apitos nos atos.
A verdade é que nesses mais de 30 anos de estrada, o Sindsef-SP nunca passou despercebido nas inúmeras atividades que participou.
Uma preocupação constante foi propiciar formação, com atividades de lazer engajadas e com muito debate. Tivemos exposições de arte, visitação ao museu Afro-Brasil e a terras Quilombolas, além de inúmeras oficinas de artesanatos.
Hoje o sindicato segue se colocando o importante desafio de fomentar cada vez mais a participação dos servidores nos coletivos temáticos, para enriquecer a comunicação e a produção artística e cultural.
A história do Sindsef-SP mostra que a entidade se manteve coerente com a bandeira de independência frente aos governos e patrões, sendo atuante nas mobilizações contra os ataques de Lula e Dilma, do PT; de Temer, do MDB; e do governo genocida de Bolsonaro e Mourão. A luta continua, independentemente de quem esteja no governo.
As dependências do Sindsef-SP
Quem conhece as dependências do Sindsef-SP não imagina que a sede da entidade já passou pelo antigo endereço da Delegacia Regional do Trabalho; depois ocupou, por um tempo, a casa de uma servidora, até que conquistou um lugar para chamar de seu!
Uma pequena sala, com mobiliário usado: uma mesa antiga, uma máquina de escrever e uma geladeira vermelha. Itens doados por servidores ou comprado de segunda mão. “Em dia de reunião era necessário pedir cadeiras emprestadas no bar que ficava ao lado do sindicato”, relembram servidoras e servidores que testemunharam esses momentos.
Hoje, graças a contribuição mensal dos sindicalizados, o sindicato está em um endereço de fácil acesso, oferecendo um espaço confortável para os filiados e funcionários, com uma infraestrutura moderna e adequada para atendimento da categoria.
Ao contrário de muitos outros sindicatos, o Sindsef-SP sempre se posicionou contra o imposto sindical e qualquer forma de burocratização dos sindicatos. Assim, sua atuação depende exclusivamente da participação da base.
No Sindsef-SP, os dirigentes têm o mesmo salário que a categoria. Da mesma forma, contamos unicamente com a contribuição voluntária dos filiados. Os critérios de diárias para custear as atividades do movimento são os mesmos, tanto para diretores quanto para a base.
Nosso ideal de sindicato é o de um sindicato de luta, com democracia e participação dos servidores nas suas instâncias, sem decisões tomadas pela cúpula. Valorizamos as assembleias de base, onde as decisões são tomadas coletivamente e as divergências debatidas e votadas.
Por isso, chamamos todos os Servidores Federais do estado de São Paulo a se filiarem ao Sindsef-SP e participarem coletivamente das lutas e discussões da categoria.
Junte-se a nós e contribua para mais um capítulo desta história, onde o personagem principal é você!
Sozinho, não há força para lutar!
Um sindicato que caminha unido à sua base
No SINDSEF-SP, os dirigentes têm o mesmo salário que a base da categoria. Da mesma forma, contamos unicamente com a contribuição voluntária dos filiados. Os critérios de diárias para custear as atividades do movimento são os mesmos, tanto para diretores quanto para a base, e são públicos.
Nosso ideal de sindicato é o de um sindicato de luta, com democracia e participação dos servidores nas suas instâncias, sem decisões tomadas pela cúpula. Valorizamos as assembléias de base, onde as decisões são tomadas coletivamente e as divergências debatidas e votadas.
Por isso, chamamos todos os Servidores Federais do estado de São Paulo a se filiarem ao SINDSEF-SP e participarem coletivamente das lutas e discussões da categoria.