Os trechos divulgados do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril comprovaram a verdadeira face dos ministros do governo de Bolsonaro, que querem acabar com direitos trabalhistas, sociais e com o meio ambiente.
Como parte das declarações divulgadas que apontam para esse sentido, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles deixou claro seu objetivo em aproveitar o momento de pandemia, em que os holofotes estão voltados para a Covid-19, para aprovar projetos que beneficiem os ruralistas e o agronegócio.
“Precisa haver um esforço nosso aqui, enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só se fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, declarou.
O Congresso tem de fato tentando “passar a boiada” e pautado projetos que atacam os povos originários como a PL 2633 – antiga MP 910, que regulariza a grilagem de forma indiscriminada ao permitir a ocupação de terras públicas federais, em mais uma grave ameaça à Amazônia, aos povos indígenas e às riquezas naturais do país e ao patrimônio público. Projetos amplamente denunciados por movimentos sociais e sindicais sobre o que representam para os indígenas.
Fruto dessa política de terra arrasada, a política de Bolsonaro e seu ministro segue com graves reflexos já sentidos na floresta. O desmatamento na Amazônia, por exemplo, cresceu quase 64% em abril, em comparação com o ano passado, de acordo com estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De acordo advogado que atua em casos de proteção aos povos da floresta e originários Waldemir Soares, omitir informações relevantes para prejudicar o meio ambiente está no currículo do ministro Ricardo Salles, e foi exatamente isso que o levou ao Planalto.
“Salles é condenado por improbidade administrativa em Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de São Paulo por alterações de mapas produzidos pela USP (Universidade de São Paulo), para o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê quando era Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Por isso sua manifestação na absurda reunião ministerial do dia 22 de abril reflete sua prática”, aponta.
Waldemir reforça que “é preciso seguir com forte denúncia a esse governo, exigir fora Salles pela proteção a vida e os povos indígenas”.
Fora Salles!
Fonte: CSP-Conlutas