A proposta de Reforma Administrativa, a pandemia do novo coronavírus e seus reflexos, a luta contra o retorno precoce ao trabalho presencial e a construção do dia nacional de lutas, convocado para 30/09, foram os principais assuntos debatidos na Assembleia Estadual do Sindsef-SP.
Durante a análise de conjuntura, houve o informe sobre uma nova onda de contágios na Europa. Alguns países já começam a discutir e aplicar restrições de deslocamentos. Na cidade de Madri, o governo já confinou cerca de 850 mil pessoas, enquanto na Inglaterra, as restrições já atingem cerca de 2 milhões, uma espécie de lockdown parcial.
A situação nos países europeus deveria acender o sinal de alerta aqui no Brasil, pois em nenhum momento, dessa pandemia, ocorreu uma restrição rigorosa, impedindo a movimentação da população. No entanto, o governo, mais uma vez, atua na contramão do mundo e propõem o retorno de vários setores ao trabalho presencial. Uma iniciativa infundada, tendo em vista que nesse período, em que a maioria dos órgãos públicos adotaram o teletrabalho, houve uma grande economia de recursos financeiros e aumento da produtividade dos servidores.
A crise do capitalismo; o endividamento do Estado, aqui e nos Estados Unidos; o insuficiente, porém muito necessário, Auxilio Emergencial; o enriquecimento de meia dúzias de pessoas enquanto milhões são jogados na miséria; as lutas de resistências aqui no Brasil e nos países da América Latina, também, foram debatidos no ponto de conjuntura.
A Reforma Administrativa vai ser tema do seminário online, marcado para sábado, 26/09. A atividade será dividida em dois momentos: o primeiro será transmitido ao vivo, no formato de live, às 14h e na sequência, às 16h, o debate será exclusivo para os servidores dos órgãos federais representados pelo Sindsef-SP.
Também foi apresentado um calendário com as principais atividades de setembro e outubro: Seminário de Comunicação Popular e Mídias Digitais (10/10); Seminário de Organização Sindical (17/10); Setoriais para eleição de delegados para o congresso do Sindsef-SP (de 01/10 a 23/10); Congresso do Sindsef-SP (28/10).
Dando continuidade a assembleia, foi dedicado um espaço para informes de atividades ou demandas específicas de alguns setores. Na SET (Secretaria do Trabalho) foi dado o informe sobre a realização do Encontro Nacional do setor, em 11/09, com importantes encaminhamentos para fortalecer as lutas em curso.
No Ipen os servidores temem a quebra do monopólio da produção de radiofármacos – substâncias usadas para tratamento de câncer – que significará o enfraquecimento do Instituto. O governo está cortando o direito a usufruir dois períodos de 20 dias de férias. Outro problema relatado foi a falta de testagem efetiva para aqueles que estão em trabalho presencial.
No Iphan/SP, os servidores decidiram suspender a greve sanitária/ambiental, convocada pra o dia 14/09, uma vez que não houve a aprovação da greve nacional, mas continuam mobilizados contra o retorno precoce ao trabalho presencial nesse cenário de pandemia. No Museu Lasar Segall, ainda não há previsão de retorno ao trabalho presencial.
Os servidores frisaram que, se por um lado aumentou a produtividade, por de outro também é notório o aumento de gastos para alcançar essa produção, tais como energia elétrica e internet, sem nenhuma compensação.
30/09 – Dia Nacional de Lutas dos servidores das três esferas, convocado pelas centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, para derrubar a Reforma Administrativa do governo federal e também o Projeto de Lei 529/20, do governador João Dória, ambos com o objetivo de reduzir a relevância do Estado e, assim, passar serviços públicos para as mãos da iniciativa privada. No dia 30, acontecerá, de forma simultânea, uma atividade presencial, respeitando todas as recomendações sanitárias, em frente ao Fórum Pedro Lessa e um ato virtual, a partir das 17h.
Como parte dos preparativos para o Dia de Nacional de Lutas, o Sindsef-SP promove, no dia 26/09, o Seminário sobre a Reforma Administrativa.