Neste 28 de abril, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, o Sindsef-SP ressalta a importância de lutar para que a vida esteja acima do lucro. Ao mesmo tempo, reafirma a defesa de melhores condições de trabalho e investimentos e manutenção nos prédios públicos.
A falta de condições de trabalho do serviço público, equipamentos defasados ou inexistentes e o sucateamento dos prédios públicos não são novidades. A consequência disso é sentida, tanto pelos próprios servidores, quanto pela população que precisa de atendimento. No serviço público federal de São Paulo, tem-se como exemplo do descaso o grave incêndio na Cinemateca, em fevereiro de 2016 (o 4º sofrido pela instituição em sua história) e a interdição da sede do Incra em São Paulo, desde setembro de 2019, por falta de segurança. E não há como dissociar a questão da saúde e segurança do trabalho dessa realidade.
A pandemia da Covid-19 veio para escancarar ainda mais o quanto o sistema capitalista é cruel com os trabalhadores, empurrando-lhes para a morte. Muitas categorias, especialmente aquelas consideradas “essenciais”, foram obrigadas se expor ao vírus sem condições mínimas de proteção. Por outro lado, àqueles que ficaram em teletrabalho não foram garantidas as mínimas condições de trabalho.
Neste momento, os servidores do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) estão em greve, justamente, tendo a melhoria de condições de trabalho como uma das principais reivindicações.
Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a cada 15 segundos morre um trabalhador/a no mundo em razão de um acidente ou doença relacionada com o trabalho. Entre os acidentes de trabalho mais frequentes estão quedas, choques contra objetos, choques elétricos e golpes provocados por ferramentas. Já entre as doenças mais comuns, estão a lesão por esforço repetitivo (LER) e distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. Há, ainda, doenças mentais associadas ao trabalho muito comuns: a depressão, transtorno de pânico, ansiedade e síndrome de bournout.
Durante a pandemia houve um aumento mensurável de doenças mentais relacionadas ao trabalho. Em 2020, no auge da crise sanitária, a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrente de transtornos mentais e comportamentais bateu recordes. Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, foram mais de 576 mil afastamentos, uma alta de 26% em relação a 2019. As dificuldades são várias: inadaptação ao home office, acúmulo de tarefas profissionais e domésticas, endividamento, incertezas sobre o futuro, ansiedade, depressão e síndrome do pânico, entre outras.