Após ser acusada de racismo, empresa Bombril retira de seu portfólio esponja de limpeza “krespinha”

COMPARTILHE

Compartilhe emfacebook
Compartilhe emtwitter
Compartilhe emwhatsapp
Compartilhe emtelegram

A empresa Bombril teve que retirar de circulação a esponja de limpeza “krespinha”, após lançamento de campanha, com tom racista, de peça publicitária nas redes sociais.

 

 A Bombril fez associação racista e pejorativa dos cabelos crespos da população negra na peça publicitária que trazia como slogan “perfeita para limpeza pesada”. A hashtag #BombrilRacista foi a mais comentada no Twitter na última quarta-feira (17).

O anúncio absurdo foi retirado do ar, assim como o produto do portfólio da empresa.

A campanha remeteu a esponja de mesmo nome fabricada na década de 50 pela S.A Barros Loureiro Indústria e Comércio, vendida na loja Sabarco, em São Paulo, cuja ilustração trazia uma menina negra, ou seja, fazendo alusão da esponja com a garota.

 

 

A campanha, à época, também remetia a frase em alusão a servidão “as suas ordens”, colocado em tom de servidão.

 

“As empresas são reincidentes nisso e nossas crianças e a comunidade afro-brasileira não podem ser tratadas com esse estima racista, que desde pequenos sofrem com o preconceito pela cor de sua pele e seu cabelo crespo. Recebemos muitos insultos como ‘cabelo de Bombril’ e isso nos agride”, alerta o integrante da CSP-Conlutas Nacional Julio Condaque, que também integra o setorial de Negros e Negras da Central.

 

Ana Gori, diretora do Sindsef/SP, sindicato filiado à Central, e membro da direção Executiva do Quilombo Raça e Classe Nacional, também ressaltou sua indignação com a propaganda da Bombril, que em sua avaliação é “mais um ataque em cima do povo negro no quesito raça e classe, porque quando você fala que essa esponja ‘krespinha’ é ideal para serviços pesados eles não só relacionaram a esponja com o cabelo do povo negro, mas também diz que nosso lugar é o dos trabalhos braçais”, aponta.

Ana reforça que esse estigma sobre o cabelo percorre a vida da população desde a infância. “Não basta os insultos enquanto somos crianças, que em falam que nosso cabelo é de Bombril, pixaim (…) eu lembro que minha mãe alisava meu cabelo para que não passasse por esse constrangimento (…)”, relata.

Ana rememorou a campanha do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe para o fortalecimento da auto estima do povo negro, que valorizava o cabelo crespo. “Buscamos com a campanha tirar o estigma de um padrão (…) hoje assumimos nossa negritude. Meu cabelo não é ruim, ruim é o racismo”, conclui.

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias