Como parte da jornada de lutas da campanha salarial, nessa quarta-feira, 16 de fevereiro, o Sindsef-SP conversou com servidores da Área Ambiental visando levar informes e ampliar a adesão nas mobilizações. A pauta principal girou em torno da importância de intensificar as manifestações em prol do reajuste emergencial unificado de 19,99%. (Baixe este boletim em PDF aqui)
O índice reivindicado considera apenas a inflação acumulada durante os três anos de governo Bolsonaro, baseado no Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA). Sendo que a pauta unificada ainda inclui a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos) e a arquivamento da Proposta de Reforma Administrativa.
Luis Genova, secretário geral do Sindsef-SP e servidor do Ipen, lembrou que devido ao ano eleitoral, a categoria tem até apenas até abril para conquistar a reposição. Além disso, se não acontecer em 2022, a luta vai ficar para 2024! Isso por que, segundo a legislação, um governo em fim de mandado não pode deixar reajuste pendente para o primeiro ano do próximo mandato.
A Campanha Salarial prevê um calendário de mobilizações dos SPF’s, com indicativo de greve geral do funcionalismo a partir do dia 09 de março, caso o governo não abra negociação.
SELETIVIDADE
Bolsonaro debocha do conjunto do funcionalismo ao acenar com a possibilidade de conceder aumento somente para agentes de segurança no âmbito federal, ao mesmo tempo que alguns órgãos sofreram cortes orçamentários podendo impactar o seu funcionamento.
Tais situações geraram grande indignação nos servidores e desde o fim de 2021, várias carreiras estão realizando mobilizações deixando claro que não aceitarão essa seletividade, que visa unicamente garantir apoio à reeleição do presidente.
Cabe salientar, que não falta dinheiro para garantir o reajuste emergencial unificado de 19,99%, onde nenhuma carreira é excluída. O que falta é vontade política do governo, que escolhe usar em torno de metade da arrecadação do país com pagamento da dívida pública e seus juros e encargos.
ACENO
O governo sinalizou com a possiblidade de conceder um reajuste no vale alimentação e no auxilio creche. Apesar desses dois benefícios estarem extremamente defasados, essa sinalização é insuficiente pois deixa de fora os aposentados e aqueles que não possuem filhos com idade de até 6 anos.
Esse é o momento para ampliar e fortalecer as mobilizações, pois no governo Bolsonaro não houve qualquer tipo de negociação das pautas do funcionalismo. Aliás, desde 2015 as entidades representativas dos SPFs não são recebidas pelo governo federal. Esse aceno, mesmo que pequeno, mostra que estamos no caminho certo!
TELETRABALHO
Com o aumento dos casos de contágio da Covid-19, em razão da variante Ômicron, o retorno ao trabalho presencial foi adiado. Na conversa, as participantes falaram sobre os impactos causados pelo isolamento fruto da necessidade do home office, que em muitos casos gerou aumento de sobrecarga de trabalho e de assédio moral. Situação agravada com a rotina de trabalho invadindo o espaço privado do trabalhador.
Ainda assim, em um centro urbano, onde se gasta intermináveis horas no deslocamento de casa ao local de trabalho essa experiência ainda é reivindicada por muitos. Por isso, esse tema precisa ser amplamente debatido, pois além do exposto ainda há a questão dos gastos que recaem sobre o bolso do trabalhador, enquanto o governo economiza.
Genova concluiu falando da importância dos presentes na divulgação dos materiais da campanha salarial e conversas com os colegas de trabalho visando convencê-los a se somarem à luta.
Participe da Assembleia Estadual Geral do Sindef-SP, no dia 04 de março, onde o indicativo de greve do funcionalismo será colocado em debate, junto com outros pontos de interesse da categoria.
Publicado em 18/02/2022