Auditoria Cidadã da Dívida aponta influência de rentistas na taxa de juros

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A Auditoria Cidadã da Dívida divulgou um alerta sobre a recente Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que evidencia como os rentistas da dívida pública influenciam diretamente a definição da taxa de juros no Brasil. A Ata revela que o Banco Central segue priorizando os interesses do mercado financeiro, mantendo a política de juros elevados sob justificativas questionáveis.

Entrada do Banco Central do Brasil. Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, a decisão do Copom de manter taxas de juros altas se baseia na chamada “desancoragem adicional das expectativas de inflação”, demonstrando que as pressões exercidas por rentistas impactam diretamente essa definição. Outros fatores apresentados pelo Banco Central, como a “resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, são considerados argumentos frágeis, uma vez que os dados oficiais apontam para uma economia ainda instável e um mercado de trabalho com dificuldades.

A análise da Auditoria Cidadã da Dívida mostra que mais de 70% da inflação acumulada nos últimos 12 meses terminados em fevereiro de 2025 não está relacionada a uma demanda aquecida, mas sim ao aumento de preços de alimentos, tarifas administradas pelo governo (como combustíveis, energia e transporte público) e tarifas bancárias. No entanto, o Banco Central mantém a justificativa de conter a inflação por meio de juros altos, o que beneficia apenas o setor financeiro e penaliza o restante da população.

Está tudo caro e, de um lado, o Banco Central empurra juros absurdos; do outro, o governo Lula utiliza o arcabouço fiscal com objetivo de assegurar o orçamento destinado ao pagamento de juros da dívida pública, que consome quase a metade da arrecadação do país, favorecendo, também, o rentismo. Enquanto isso, os servidores sofrem com as perdas salariais acumuladas, cortes e congelamentos; os trabalhadores enfrentam mais dificuldades para fazer a feira do mês e adoecem cada vez mais.

Para o Sindsef-SP, não faltam recursos no orçamento da União para garantir uma recomposição salarial justa ao funcionalismo e investir nos serviços públicos para melhor atender o povo. Falta vontade política. É preciso que os recursos públicos sejam direcionados para políticas que beneficiem a população e garantam a valorização dos servidores, e não para perpetuar um modelo econômico que favorece o rentismo.

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