O 8 de março é dia de defender a vida das mulheres! Para tanto, é preciso lutar por políticas públicas, pela valorização dos serviços públicos e dos servidores. Isso porque são as meninas, jovens, adultas e idosas, mães (ou não) e avós trabalhadoras que mais dependem da coisa pública para sobreviver e, também, são aquelas que mais sofrem com a onda de retirada de direitos dos últimos anos.
O desmonte dos serviços públicos e o desmantelamento das políticas voltadas para a assistência às vítimas da violência machista, somados ao necessário isolamento social para conter a pandemia da Covid-19, tornou as mulheres ainda mais vulneráveis às agressões, abusos sexuais e feminicídios. Entre março e abril de 2020 foi registrada uma denúncia de agressão por minuto e o índice de feminicídio subiu 22%. As adolescentes e jovens negras têm 3 vezes mais chances de sofrer múltiplas violências e 66% das vítimas de feminicídio são as mulheres negras. Nesse contexto, também estão as mulheres lésbicas e trans, que enfrentam total descaso e invisibilidade. A violência contra a população LGBTQIA+ é crescente: até março de 2021 houve um aumento de 40% nos assassinatos de pessoas trans.
A combinação da crise econômica, pandemia e governo genocida de Bolsonaro e Mourão intensificaram os motivos para lutar no Brasil. Aumentou o desemprego, a miséria, as tarefas de cuidados domésticos e a violência contra as mulheres, com ainda mais efeitos sobre as mulheres negras. Ao mesmo tempo, as reformas previdenciária e trabalhista, que pioram a exploração, vêm atingindo de forma cruel as mulheres e especialmente as mulheres negras, que ocupam os postos de trabalho mais precarizados.
Segundo dados levantados na Rais (Relação Anual de Informações Sociais), no primeiro ano de pandemia no Brasil, 480,3 mil vagas de empregos formais foram fechadas em 2020, sendo que 96,4% dessas vagas eram ocupadas por mulheres, já para as mulheres negras a taxa de desemprego é duas vezes maior do que para homens brancos. Além disso, no mundo, 54% dos empregos perdidos foram de mulheres, segundo relatório da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) de fevereiro de 2021.
Diante dessa situação, faz-se necessário demonstrar todo repúdio ao governo Bolsonaro e Mourão que, junto com figuras como a ministra Damares Alves, reproduz as ideologias machistas mais conservadoras e não investe em políticas públicas, destruindo as conquistas das mulheres, como através da tentativa de restringir ainda mais o acesso ao aborto legal e dos cortes significativos no orçamento da pasta de mulheres.
Campanha solidária – Como parte do debate sobre a importância de uma política pública para resolver o problema da pobreza menstrual, o Sindsef-SP está em campanha solidária de arrecadação de itens de higiene pessoal e absorventes. Além de ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social, a campanha é casada com a defesa da derrubada do veto ao PL 4.968/2019 e pelo “Fora Bolsonaro e Mourão!”.
As doações podem ser feitas financeiramente, por Pix (CNPJ: 66.050.626.0001-10), transferência bancária (Banco do Brasil – Ag. 0646-7 / C.C. 10386-1 – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Fed Est SP) ou presencialmente nos postos de arrecadação. São aceitos absorventes, sabonetes, desodorantes, escovas de dente e pastas de dente, como também, roupas, acessórios e maquiagens.
Os itens a serem doados podem ser levados para a sede da Fundacentro, na R. Capote Valente, 710 – Jardim Paulista, São Paulo/SP, ou para a Assipen (Associação dos Funcionários do Ipen), situada nas dependências do Ipen Av. Professor Lineu Prestes, 2242 – Cidade Universitária – São Paulo/SP.
Neste 8 de março, o Sindsef-SP, junto à CSP-Conlutas, também marcará presença no ato público na manifestação na Avenida Paulista, a partir das 16h. A concentração será em frente ao Fórum Pedro Lessa.