No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 05/06, servidoras e servidores da área ambiental (MMA, Ibama, ICMBio e SFB) promoveram um dia nacional de paralisação em protesto contra a política salarial do governo Lula.
A mobilização, organizada em São Paulo pela Ascema SP/PR e pelo Sindsef-SP, começou com um café da manhã na superintendência do Ibama, seguido por uma conversa informal sobre conjuntura, campanha salarial e questões ambientais.
Os participantes expressaram sua decepção com a política salarial do governo Lula, destacando que, apesar das promessas de negociação, a realidade tem sido uma estagnação na reestruturação da carreira ambiental, aumentando a defasagem em 10 anos sem aumento. Eles criticaram a estratégia do governo de impor um reajuste zero para 2024 e de fragmentar a luta salarial ao negociar separadamente com diferentes setores do funcionalismo, enfraquecendo assim o movimento coletivo.
Na sequência, um servidor relatou suas experiências durante sua passagem para prestar serviço no Rio Grande do Sul, diante do desastre climático, reforçando a percepção das desigualdades sociais. Outro ponto destacado foi a responsabilidade do governo estadual e das prefeituras na tragédia, desde a redução de investimento na prevenção de desastres ambientais até alterações no código ambiental do estado.
Após uma pausa para o almoço, os servidores participaram de uma assembleia híbrida com colegas de São Paulo, Paraná, ER do interior e litoral e ICMbio. Representantes de outras categorias foram convidados a compartilhar suas experiências de mobilização. Entre eles: Paulo Barela, da CSP-Conlutas Nacional; Paulo Rigo, da CSP-Conlutas do RS; Renato, da Assincra; Ana Luiza, pelo Sintrajud; Claudio Machado, pelo Sinsprev; e Altino Prazeres, Metroviários/SP.
As dificuldades nas negociações com o Ministério de Gestão e Inovação ficaram evidentes nas diferentes falas.
Luis Genova, secretário geral do Sindsef-SP, chamou atenção para os desafios que se apresentam neste novo cenário onde há diferentes controles de jornada, a partir da implementação do Programa de Gestão e Desempenho (PGD).
Outros pontos destacados: a reforma administrativa que já vem sendo promovida pelo atual governo; a privatização e entrega do metrô de São Paulo; e os ataques dos diferentes governos contra os trabalhadores.
Durante a assembleia, os servidores analisaram os seis meses de mobilização e concluíram que o governo parece não se incomodar com os impactos visíveis da suspensão das atividades de campo, comparando os números atuais com o mesmo período de 2023.
Os participantes deliberaram encaminhar um pedido de que as reuniões do conselho de entidades da Ascema Nacional ocorram com maior frequência para padronizar os próximos passos das mobilizações nesta reta final de negociação.
Em mais uma demonstração de desrespeito com a luta da categoria, para encerrar a Semana Mundial do Meio Ambiente, o governo encaminhou à Ascema Nacional, em 7 de junho, uma resposta à sua última contraproposta: NÃO!
A paralisação nacional sinalizou que a categoria seguirá reivindicando a valorização da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, estendendo as conquistas aos futuros servidores, aos aposentados e pensionistas.