Depoimentos de pessoas que estiveram nos bastidores do enfrentamento da pandemia no Ministério da Saúde levam a crer que a equipe econômica do governo Bolsonaro poderia ter encarado como positiva a concentração de mortes pela Covid-19 entre aposentados e pensionistas. Já começam a circular notícias de que Solange Vieira, assessora do ministro da Economia, Paulo Guedes, teria dito: “É bom que as mortes se concentrem entre os idosos… Isso melhorará nosso desempenho econômico, pois reduzirá nosso déficit previdenciário.” [Veja o boletim em pdf]

Se for comprovada, a fala da economista, que hoje comanda a Superintendência de Seguros Privados e que esteve diretamente envolvida na reforma previdenciária do governo no ano passado, acaba sendo coerente com a política de corte de gastos com a aposentadoria de Bolsonaro, em favorecimento aos bancos e grandes empresas. Isto é absolutamente abominável!

Bolsonaro, que coloca os interesses econômicos acima de tudo e os lucros acima de todos, parece pouco preocupado com as vidas das pessoas. Por esta razão despreza as medidas de contenção da pandemia e incentiva as pessoas a desrespeitarem o isolamento social. As frases: ‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre’ expressam bem sua falta de preocupações diante da pandemia.

A política genocida de Bolsonaro é reafirmada diante da informação de que houve intervenção do ministro-chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, para que o Ministério da Saúde atenuasse suas próprias orientações de enfrentamento à pandemia no Brasil.

Em entrevista à agência Reuters, o epidemiologista Júlio Croda, que foi chefe do departamento de imunização e doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, afirmou que houve uma pressão para a “correção” das orientações em relação ao distanciamento social. O general Braga Netto, que passou a ter a palavra final, em vez de especialistas em saúde pública, fez com que as preocupações econômicas ganhassem mais peso.

Fruto desta política, o Brasil tem agora o segundo maior número de infecções no mundo (414.661), atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 1.735.859 casos confirmados. Mais de 25.500 brasileiros morreram contaminados pelo coronavírus até 27/05.

Tal necropolítica leva ao aumento dos casos e a lotação dos hospitais, que em breve estarão escolhendo quem vive ou quem morre. Os protocolos, nestes casos, trazem uma trágica realidade para as pessoas idosas. Mas não vamos aceitar isto! Bolsonaro precisa ser barrado imediatamente!

Os aposentados, que nunca fugiram dos grandes enfrentamentos em nosso país, estão cada vez mais cientes de que lutar pela vida hoje, é lutar pelo Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja de genocidas! A panela de pressão vai explodir e esse governo vai cair!

Publicado em 28 de maio de 2020