Na manhã desta segunda-feira (24), o Sindsef-SP esteve presente no ato contra o evento “Reforma Administrativa Já”, organizado pela Fiesp, que reuniu empresários e políticos em São Paulo. A manifestação foi convocada pelo Fórum dos Trabalhadores do Setor Público-SP, do qual o sindicato faz parte, com a chamada: “A reforma administrativa é contra o povo! Os ricos querem acabar com os serviços públicos.”
Durante o protesto, o secretário-geral do Sindsef-SP, Luis Genova, relacionou os ataques aos serviços públicos no Brasil com a ofensiva da ultradireita em escala global. Segundo ele, o imperialismo ainda não conseguiu se recuperar da crise iniciada pela própria burguesia em 2007 e, agora, transfere essa conta para os trabalhadores. O Brasil não está isolado dessa realidade.
Genova também alertou sobre as medidas adotadas pelo governo federal para reduzir o Estado e transferir serviços públicos essenciais para o setor privado. “O SUS está sendo privatizado por organizações sociais”, exemplificou. Além disso, apontou que a burguesia, representada ali pela Fiesp, busca lucrar com o desmonte dos serviços públicos. “O governo federal está atacando os serviços públicos. O arcabouço fiscal é parte fundamental desses ataques. É contra ele que toda a classe trabalhadora tem que lutar”, enfatizou.
Ainda na ocasião, o sindicato denunciou que a Fiesp permitiu que o país fosse desindustrializado e recolonizado em troca dos juros do rentismo, mas não foi suficiente. “Precarizaram os trabalhadores da iniciativa privada. Agora querem o ataque aos trabalhadores do serviço público e ao serviço público em si”, denunciou Genova.
A manifestação ocorreu no mesmo dia em que a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participou do evento da Fiesp ao lado de empresários e representantes dos três poderes, como o ministro do STF Gilmar Mendes e o deputado Arthur Maia (União/BA), relator da PEC 32/2020. No entanto, a ministra não recebeu os sindicatos para dialogar sobre as reivindicações dos servidores, ignorando uma greve de mais de 100 dias no INSS.
Além da PEC 32, outras medidas administrativas do governo vêm sendo alvo de críticas, como o novo Programa de Gestão e Desempenho (PGD) no INSS. O modelo impõe metas abusivas, extingue a jornada de trabalho fixa e ameaça os servidores com processos administrativos e demissões, funcionando como um laboratório para uma reforma administrativa infralegal.
Para Luis Genova, o único caminho para barrar essa ofensiva contra os trabalhadores e impedir a privatização dos serviços públicos é a mobilização popular. Ele destacou a importância da construção do 1º de Maio Classista: “É preciso fazer um primeiro de maio classista, em que a classe trabalhadora se junte e diga: Basta de ataques, basta de precarização, queremos viver!”