A sétima edição do Encontro Estadual de Aposentados e Pensionistas, realizado em 25 de abril de 2014, proporcionou momentos de emoção aos participantes. O evento teve espaço para formação política e também para confraternização.
“O objetivo deste encontro é avançar na organização dos aposentados e pensionistas para enfrentar o governo e conquistar a nossa tão sonhada paridade”, declarou Bernadete Serafim durante a saudação de abertura.
A mesa foi composta pelos diretores das Secretarias de Aposentados e do Interior: Bernadete Serafim, Deolinda Fernandes, Eunicio Martins e Edna Sampaio. Bernadete apresentou um breve balanço das atividades realizadas de 2013 até o início deste ano, sempre com a presença dos aposentados.
“Estamos sempre na luta, afinal nos aposentamos mais continuamos vivos e ativos”, falou Bernadete. Uma apresentação de fotos com registro da participação dos aposentados nas diferentes atividades do sindicato reforçava esta afirmação.
Ainda na abertura, foi feita uma homenagem a duas ativistas que deixarão eternas saudades: Maria de Lourdes Grossi, servidora da ex-LBA, que faleceu no dia 23 de abril de 2014; e Joana dos Santos Amorim, pensionista, que morreu em novembro de 2013. Neste momento a saudade se traduziu em lágrimas.
A parte dedicada à formação contou com duas palestras. A primeira abordava diferentes aspectos do envelhecimento e tinha como tema “Envelhecer ativamente”. A segunda discorria sobre “Os ataques aos aposentados do serviço público”.
Envelhecer ativamente!
A assistente social, Rosi Silva, deu inicio a sua palestra distribuindo a letra da música “Envelhecer”, de Arnaldo Antunes. A identificação foi imediata e ajudou a descontrair e relaxar os participantes.
Rosi buscou explorar a situação dos idosos hoje na sociedade. Estudos mostram que em 25 anos o Brasil será o 6º país com maior população de idosos do mundo e as mulheres serão maioria neste grupo. Ela alerta para os valores e preconceitos impregnados na sociedade: “Onde se valoriza essencialmente a juventude, mesmo sabendo que o envelhecimento é um processo normal e que afeta todos os seres humanos”.
Em seguida apontou os avanços na organização dos movimentos sociais reivindicando a valorização dos idosos. Em 1988, a Constituição Federal contemplou este setor em seus artigos. Já em 2003, a criação do Estatuto do Idoso é uma das mais importantes conquistas para os maiores de 60 anos.
No entanto as pessoas desconhecem seus direitos e isso facilita para o descumprimento de políticas já asseguradas no estatuto. Para ajudar a mudar este cenário na base do sindicato, o estatuto do idoso foi distribuído para os participantes do encontro.
Alguns aposentados contribuíram com o debate relatando situações do cotidiano e opinando sobre as mudanças necessárias. “Os motoristas de ônibus que não param para os idosos e as vagas preferências que são ocupadas quem não tem direito” foram exemplos de desrespeito aos direitos dos idosos.
“Briguem por seus direitos! Seja o lugar, seja a vaga no estacionamento ou a passagem gratuita. Lutem sempre por seus direitos!”, falou Valdineres, assistente social aposentada da ex-LBA.
Para encerrar, Rosi realizou uma dinâmica de grupo ao som de “envelhecer” com o objetivo de reforçar a importância da unidade na luta contra a retirada de direitos da categoria.
Os ataques aos aposentados do serviço público
A segunda parte do encontro contou com informes jurídicos e com uma palestra sobre “os ataques aos aposentados do serviço Público”. A advogada Jorgiana Lozana passou informes sobre o andamento dos processos, assunto de grande interesse para a categoria.
A palestra ficou a cargo do advogado César Lignelli, que abordou os inúmeros ataques do governo aos direito dos aposentados. O fim da taxação dos inativos e a luta pela paridade, sem dúvida, estão entre as principais bandeiras da categoria.
César mostrou como a criação de Gratificações de Desempenho ou Produtividade é usada para driblar a paridade, funcionando como ferramentas para dar legalidade a diferenciação entre ativos e aposentados.
A famosa pizza do orçamento também foi utilizada para evidenciar os reais compromissos do governo federal. Em 2014, foram destinados mais de 40% do orçamento para pagamento de juros e armotização da divida pública.
O tema prendeu a atenção dos participantes que tiraram dúvidas e fizeram duras criticas aos governantes. E concluíram que somente com a luta é possível mudar a atual política salarial imposta pela presidente Dilma e sua base aliada.